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FABAMA - PORTUGUÊS I

1.   Cultura, Comunicação, Linguagem e Língua

Uma História de Evolução - Isac Machado de Moura

Da fumaça à internet,
quantas formas de comunicação,
os tambores,
os horrores de uma civilização:
invasão,
colonização,
intolerância cultural:
discordou,
mete o pau.
Línguas se sobrepõem,
costumes se alteram,
religiões são impostas,
guerras pela paz,
da espingarda ao antraz,
evoluções da humanidade,
capacidade de auto-destruição;
encara-se tudo,
tem-se medo de avião...
eh! mundão!
Avanços na terra,
festa de arromba:
queremos guerra... temos bomba.
No século da comunicação,
o diálogo  emperra:
argumentação para justificar a guerra.
Internet,
o breguete do século cheio de artimanha,
não se conhece o vizinho,
mas tem-se  amigo  na Alemanha,
milagres da comunicação,
da globalização,
da distância,
da aproximação.
Comunicação,
necessidade humana
e humanitária,
ora para o bem,
ora para o mal;
através dela,
mata-se,
salvam-se vidas...
o homem domina,
o centro,
o ser,
o dono ....
nós.
Cultura,  Comunicação e Linguagem

O homem é um ser social, logo apresenta uma necessidade intrínseca de interação com a realidade que o cerca, ou seja, com o seu meio-ambiente. A esta interação(troca de informações), dá-se o nome de comunicação.
Através da comunicação o homem divide com seus semelhantes sua visão de mundo, suas experiências, seus sentimentos, suas descobertas e criações, ou seja, sua cultura.
Com relação a cultura, podemos afirmar que todo grupo social é detentor de determinados traços culturais peculiares, não havendo, portanto,  cultura inferior ou superior, mas sim diferente. Não existe nenhum grupo social desprovido de cultura.
Toda e qualquer manifestação cultural deve ser respeitada, nunca violada, como mostra o texto.
A língua de um povo é parte integrante de sua cultura, devendo, portanto, ser valorizada.
Mais do que um ser racional ou social, o que realmente caracteriza e individualiza o ser humano é a linguagem, isto é, a sua capacidade de se comunicar. É através da linguagem que o ser humano consegue transmitir e/ou expressar suas ideias, seus pensamentos.
Segundo o professor e gramático Celso Cunha, linguagem é todo sistema de sinais que serve de meio de comunicação entre os indivíduos. Desde que se atribua valor convencional a determinado sinal, existe uma linguagem. Assim, podemos distinguir, basicamente, dois tipos de linguagem:

Linguagem Verbalaquela que  utiliza-se de palavras(escritas ou faladas): telegrama, jornal, telefone, rádio, tv, etc. Podemos, então, dizer que toda língua é uma linguagem verbal.

Linguagem Não-Verbal - aquela que não se utiliza de palavras; baseia-se nos sentidos: fotografias, gestos, cores, etc.

Língua é um conjunto de estruturas verbais portadoras de significado, que combinam as frases, sendo produzidas a partir de sons organizados pelo homem.  Sendo uma criação da sociedade, não pode ser imutável; muito pelo contrário, vive em perpétua evolução.



PRATICANDO


1. Marque C para certo e E para errado.

a)    (    ) Qualquer forma de comunicação é uma linguagem.
b)    (  ) A língua de um povo, ou seja, seu idioma, é um tipo de linguagem.
c)    (  ) A língua em sua modalidade falada é a forma de linguagem mais utilizada.
d)    (  ) O exercício da língua nos é dado pela natureza.
e)    (  ) Alguns grupos humanos não têm nenhum tipo de cultura.

  1. Seria correto dizer que o homem é um ser lingüístico? Justifique.


  1. O que é linguagem?


  1. Quais são os tipos de linguagem? Explique-os.


  1. Língua e linguagem verbal é a mesma coisa? Explique.


  1. Toda linguagem é uma língua? Por quê?


  1. Explique com suas palavras o que é comunicação.


  1. Explique com suas palavras: não existe nenhum grupo social desprovido de cultura.


  1. Você se considera uma pessoa comunicativa? Por quê?



  1. Explique com suas palavras os versos a seguir, do texto ”Uma História de Evolução”: “Não se conhece o vizinho, / mas tem-se amigo na Alemanha”.



2. Ideologia, Texto e Discurso

            Todas as classes sociais deixam as marcas de sua visão de mundo, dos seus valores e crenças, ou seja, de sua IDEOLOGIA, no uso que fazem da linguagem.
            De acordo com o dicionário HOUAISS, IDEOLOGIA é um sistema de ideias (crenças, tradições, princípios e mitos) interdependentes, sustentadas por um grupo social de qualquer natureza ou dimensão, as quais refletem, racionalizam e defendem os próprios interesses e compromissos institucionais, sejam estes morais, religiosos, políticos  ou econômicos.
            Como seres humanos, recorremos à língua (DISCURSO) para expressar nossos sentimentos, opiniões, desejos. É por meio dela que interpretamos a realidade que nos cerca. Essa interpretação, porém, não é totalmente livre. Ela é construída historicamente a partir de uma série de filtros ideológicos que todos nós temos, mesmo sem nos darmos conta de sua existência.
            Esses filtros constituem uma formação ideológica, ou seja, um conjunto de valores e crenças a partir dos quais julgamos a realidade na qual estamos inseridos.
            Ao longo da história da Música Popular Brasileira, muitos compositores procuraram definir, em suas letras, um perfil da ideologia da mulher ideal.

AI QUE SAUDADES DE AMÉLIA
(Ataulfo Alves e Mário Lago)

Nunca vi fazer tanta exigência
Nem fazer o que você me faz
Você não sabe o que é consciência
Nem vê que eu sou um pobre rapaz

Você só pensa em luxo  e riqueza
Tudo o que você vê, você quer
Ai, meu Deus, que saudades de Amélia
Aquilo sim é que era mulher

Às vezes passava fome ao meu lado
E achava bonito não ter o que comer
E quando me via contrariado
Dizia: “Meu filho, o que se há de fazer!”

Amélia não tinha a menor vaidade
Amélia é que era mulher de verdade.


EMÍLIA (Wilson Batista e Haroldo Lobo)

Eu quero uma mulher que saiba lavar e cozinhar
Que, de manhã cedo, me acorde na hora de trabalhar
Só existe uma e sem ela eu não vivo em paz
Emília, Emília, Emília, eu não posso mais.
Ninguém sabe igual a ela
Preparar o meu café
Não desfazendo das outras
Emília é mulher
Papai do céu é quem sabe
A falta que ela me faz
Emília, Emília, Emília, eu não posso mais...



DANDARA
(Ivan Lins e Francisco Bosco)

Ela tem nome de mulher guerreira
E se veste de um jeito que só ela
Ela vive entre o aqui e o alheio
As meninas não gostam muito dela

Ela tem um tribal no tornozelo
E na nuca adormece uma serpente
O que faz ela ser quase um segredo
É o ser ela assim, tão transparente

Ela é livre e ser livre a faz brilhar
Ela é filha da terra, céu e mar
Dandara

Ela faz mechas claras nos cabelos
E caminha na areia pelo raso
Eu procuro saber os seus roteiros
Pra fingir que a encontro por acaso

Ela fala num celular vermelho
Com amigos e com seu namorado
Ela tem perto dela o mundo inteiro
E à volta outro mundo, admirado

Ela é livre e ser livre a faz brilhar
Ela é filha da terra, céu e mar
Dandara


REFLETINDO SOBRE O PAPEL DA MULHER EM DIVERSAS SOCIEDADES E ÉPOCAS, compare cada uma das mulheres das canções acima com personagens da Bíblia.



3. O Poder do Discurso Religioso

(DIALOGIA – SÃO PAULO – VOLUME 6 – páginas 95 a 105 – Artigo do  Prof. Jorge Luís Torresan – Mestre em Lingüística Aplicada – PUC/SP) – Resumo feito pelo prof. Isac M. Moura.

O discurso religioso é, indubitavelmente, um interessante produto de interações verbais no qual o processo de manipulação pode ser ferramenta importante.”
           
            Em seu artigo, o prof. Jorge Torresan lista três tipos de discurso:

1. LÚDICO – Aquele caracterizado pelo jogo aberto de interlocuções, no qual a relação dialógica entre locutor e interlocutor é dinâmica e polissêmica. Esse tipo de discurso acontece, por exemplo, numa CONVERSA ENTRE AMIGOS, sem que uma verdade absoluta esteja sendo defendida a todo custo, não ocorrendo, portanto, o cerceamento dos participantes.

2. POLÊMICO – Nesta modalidade, a relação dialógica entre os interlocutores é mais restrita. Aqui, os sujeitos envolvidos procuram direcionar seus pontos de vista com menor grau de interação e polissemia. O discurso que permeia uma CONSULTA MÉDICA pode ser um exemplo onde encontramos as marcas do polêmico, uma vez que a voz do médico “deve” ser ouvida e aceita, pois ela é tida como “detentora” de um saber, cabendo ao paciente aceitá-la por não dominar a linguagem e os procedimentos médicos.

3. AUTORITÁRIO – A restrição da relação dialógica entre locutor e interlocutor é muito acentuada, senão completa, o que proporciona a instauração de condições para o exercício da dominação sobre o outro, num quase desaparecimento do “tu”. O DISCURSO RELIGIOSO é um exemplo desse autoritarismo.

            O professor Torresan cita Citelli (1997, p. 48):

“...o paroxismo autoritário chega a tal grau de requinte que o eu enunciador não pode ser questionado, visto ou analisado; é ao mesmo tempo o tudo e o nada. A voz de Deus plasmará todas as outras vozes, inclusive daquele que fala em seu nome: o pastor.”

            O ponto crucial do discurso autoritário  é o que Orlandi (1987), citado pelo prof. Torresan em seu artigo, chama de ilusão da reversibilidade. Enquanto em alguns discursos se abre a possibilidade para que haja a troca no processo comunicativo, no discurso religioso, essa reversão é muito restrita (ou totalmente impossível), pois quem fala é sempre a “voz de Deus” por meio de seus representantes devidamente “autorizados” – o Papa, os padres e os pastores -, não havendo, nesse sentido, interação real com o sujeito central do discurso religioso que é Deus. Dessa forma, podemos definir o discurso religioso como aquele em que “o homem faz falar a voz de Deus”.

            O fiel – mortal, efêmero, falível e de poder relativo – possui dois caminhos: ou segue as doutrinas pregadas pelos intermediadores de Deus em troca de uma “salvação”, ou adota um regime de vida desvinculado das ideologias divinas pregadas pelos representantes devidamente “autorizados”, cometendo, dessa forma, “pecados”, tendo como sanção o castigo

4. O Processo de Comunicação e Seus Elementos

            A vida humana é um processo contínuo de comunicação, pois para o homem, aprimorar sua capacidade comunicativa é uma forma de ampliar seu relacionamento com o mundo, tornando-se apto a compreender melhor a realidade que o cerca a fim de poder transformá-la.
            Assim, em cada ato de comunicação, podemos identificar os seguintes elementos:


a)   Emissor / remetente / enunciador / locutor - é o indivíduo (ou grupo) que envia a mensagem.
Ex.: um colunista de jornal.


b)   Receptor /  destinatário / interlocutor -   é o indivíduo (ou grupo) que recebe a mensagem, ou seja, a quem a mensagem é enviada.
Ex.: o leitor do jornal.


c)   Mensagem - é o conjunto de informações transmitidas.
Ex.: o conteúdo do artigo.


d)   Referente ou contexto - é o objeto ou a situação a que a mensagem se refere.
Ex.: o assunto do artigo.


e)   Canal ou contato - é o meio concreto pelo qual a mensagem é transmitida.
Ex.: o jornal propriamente dito(o papel).


f)     Código conjunto de sinais e regras de combinação desses sinais utilizados na transmissão de uma mensagem. Para que a transmissão da mensagem seja eficiente, emissor e receptor devem dominar o mesmo código.
Ex.: a língua portuguesa.




5. Ruído na Comunicação e Intolerância Lingüística

Chamamos de ruído todo e qualquer elemento que atrapalhe, de alguma forma, o caminho da mensagem, como por exemplo, um barulho, um incidente qualquer, a deficiência no domínio do código empregado.
Nos textos a seguir, observamos uma série de ruídos no processo de comunicação.
Texto 1:  Má Interpretação Provoca Respostas Erradas

            Em certa ocasião, uma família britânica foi passar as férias na Alemanha. No decorrer de certo passeio, os membros da referida família encontraram uma pequena casa de campo, que lhes pareceu ótima para passarem as férias de verão.
            Conversaram com o proprietário, um pastor protestante, e pediram que lhes mostrasse a casa. A residência agradou aos visitantes ingleses, que combinaram ficar com ela para o verão próximo.
            Regressando à Inglaterra, discutiram muito sobre a planta da casa, quando, de repente, a senhora lembrou-se de não ter visto o WC. Confirmando o senso prático dos ingleses, escreveram ao pastor para obter tal pormenor. A carta foi assim redigida: Gentil pastor, sou membro da família que há pouco tempo o visitou com a finalidade de alugar sua casa no próximo verão, mas como esquecemos de um detalhe muito importante, agradeceríamos se nos informasse onde se encontra o WC.
            O pastor alemão, não compreendendo o sentido da abreviatura WC e julgando tratar-se da capela da seita inglesa White Chapel,  assim responde: Gentil senhora, recebi a sua carta e tenho o prazer de comunicar-lhe que o local a que se refere fica a 12 km da casa. Isto é muito cômodo, sobretudo se tem o hábito de ir lá frequentemente. Neste caso é preferível levar comida para ficar lá o dia todo. Alguns vão a pé, outros de bicicleta. Há lugar para 400 pessoas sentadas e 100 em pé. O ar condicionado é para evitar inconvenientes comuns nas aglomerações. Os assentos são de veludo; recomenda-se chegar cedo para arrumar lugar sentado. As crianças permanecem ao lado dos adultos e todos cantam em coro. À entrada, é fornecida uma folha de papel a cada pessoa, mas se chegar depois da distribuição, pode usar a folha do vizinho ao lado. Tal folha deve ser restituída à saída para ser usada  durante o mês. Existem amplificadores de sons. Tudo o que se recolhe é para as crianças pobres da região. Fotógrafos especiais tiram flagrantes para os jornais da cidade, de modo que todos possam ver seus semelhantes no cumprimento de um dever tão honrado.

Texto 2:  O Eclipse do Sol

Capitão para Tenente: Tenente! Como amanhã haverá um eclipse do sol, determino que a companhia esteja formada, com uniforme de faxina, no campo de exercício, onde darei explicações em torno do raro fenômeno. Se acaso chover, nada se poderá ver, e neste caso ficará a companhia dentro do quartel.
Tenente para Sargento : Sargento! Por ordem do Capitão, amanhã haverá um eclipse do sol, em uniforme de faxina. Toda a companhia terá de estar formada no campo de exercício, onde o Capitão dará as explicações necessárias, o que não acontece todos os dias. Se chover, o fenômeno será mesmo dentro do quartel.
Sargento para Cabo : Cabo! O Capitão fará amanhã um eclipse do sol no campo de exercício. Se chover, o que não acontece todos os dias, nada se poderá ver. Em uniforme de faxina, o Capitão dará a explicação necessária, dentro do quartel.
Cabo para Soldados : Soldados! Amanhã estaremos formados para receber o Sr. Eclipse, que dará as explicações necessárias sobre o nosso Capitão. O fenômeno será em uniforme de faxina. Isso se chover dentro do quartel, o que não acontece todos os dias.
Comentários entre os soldados: Amanhã o capitão vai ser eclipsado no quartel, é pena que isso não aconteça todo dia.

PRATICANDO

1. Explique, com suas palavras, a causa do ruído na comunicação, no texto 1.



2. Agora, faça a mesma coisa com o texto 2.



3. Identifique os elementos do processo de comunicação na situação a seguir:
João escreve uma carta para Maria, sua melhor amiga, após alguns anos sem contato: “”Querida amiga, estou com muitas saudades, estive viajando pelo interior do país, participando de uma pesquisa muito legal e agora estou retornando à cidade...”

Emissor/remetente: ___________________________________________
Receptor/destinatário: _________________________________________
Mensagem: __________________________________________________
Referente/contexto: ___________________________________________
Canal/contato: _______________________________________________
Código: _____________________________________________________


A INTOLERÂNCIA LINGUÍSTICA  pode ser considerada um exemplo de ruído na comunicação.

Ex.:     Um rapaz pergunta a outro:
            - Você sabe que horas são?
            E o outro responde:
            - Sei.

a)    Pode-se dizer que houve comunicação entre as duas pessoas envolvidas? Justifique.

b)    Quando o primeiro rapaz pergunta se o outro sabia da hora, o que ele esperava de fato?


c)    A resposta do segundo rapaz satisfez o primeiro? Por que?

OUTROS EXEMPLOS DE INTOLERÂNCIA LINGUÍSTICA

A intolerância lingüística, como já vimos, é uma forma de ruído na comunicação, uma vez que pode impedir , de forma proposital, a compreensão  entre as duas pessoas envolvidas no processo. Por outro lado, é um recurso muito utilizado em anedotas.

- Sua mãe tá  aí. Você não vai receber?
- Receber por quê? Por acaso ela me deve alguma coisa?


- Escuta, não é melhor a gente tomar um táxi?
- Não, obrigado. Hoje eu não quero misturar mais nada.

A garçonete vem atender o médico coçando o nariz sem parar. O médico lhe pergunta:
- Você tem um eczema?
- Tudo o que tenho está aí no cardápio.

O bebum entra no consultório, e o médico diz:
- Eu não atendo bêbado.
E o bêbado:
- Quando o senhor estiver bom eu volto.

- Doutor, já quebrei o braço em vários lugares.
- Se eu fosse o senhor, não voltava mais pra esses lugares.

O policial aborda uma senhora na rua:
- Com licença, estamos procurando um ladrão com um carrinho de bebê.
- Não seria melhor se vocês usassem um carro da polícia?

Duas cobras olhando o céu, numa noite estrelada:
- Como nós somos insignificantes!
- Você e quem?

- Não deixe sua cadela entrar na minha casa de novo. Ela está cheia de pulgas.
- Diana, não entre nessa casa de novo. Ela está cheia de pulgas.


A garotinha visita a tia. Ouve o priminho chorando e pergunta:
- O que é que ele tem?
- Seus primeiros dentes estão nascendo.
- E ele não quer eles?


- Então o senhor sofre de artrite?
- É claro! O que o senhor queria? Que eu desfrutasse artrite, que eu usufruísse artrite, que eu me beneficiasse de artrite?

6. Funções da Linguagem e Intencionalidade Linguística

            Para a maioria dos falantes, o uso da linguagem se dá de modo automático.  Assim, raramente se percebe que o modo como a mesma  se organiza está diretamente ligado à função que se deseja dar a ela, à intencionalidade lingüística de cada situação de comunicação.
            A linguagem desempenha a sua função de acordo com a ênfase dada a cada um dos componentes do ato da fala. Assim sendo, como são seis esses componentes, também são seis as funções que a linguagem pode assumir.

Elemento em destaque
Função da linguagem
Remetente ou emissor
Emotiva
Destinatário ou receptor
Conativa
Contexto ou referente
Referencial
Mensagem
Poética
Código
Metalingüística
Canal ou contato
Fática


1. Função emotiva ou expressiva –-  ocorre quando o emissor é posto em destaque, posicionando-se em relação ao tema que está sendo abordado, expressando sentimentos e emoções, resultando num texto subjetivo, escrito em primeira pessoa.

Ex.:     Quando eu estou aqui, eu vivo esse momento lindo...
Eu amava como  amava o pescador, que se encanta mais com a rede que com o mar...
Penso que a revisão da maioridade penal no Brasil é um assunto
urgente...

2. Função conativa ou apelativa –-  Ocorre quando o receptor é posto em destaque. Tem por objetivo influenciar o destinatário em forma de ordem, apelo ou súplica. Os verbos aparecem, geralmente, no modo imperativo, indicando ordem, pedido. É a função utilizada nas propagandas. Os verbos costumam ser usados na 2ª pessoa gramatical.

Ex.:     “O Ministério da Saúde adverte: fumar é prejudicial à saúde.
            Beba Coca-Cola!
Amai a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a ti mesmo.

3. Função referencial - O referente é posto em destaque. A intenção é transmitir ao receptor dados da realidade de uma forma direta e objetiva, utilizando palavras em seu sentido próprio, denotativo, prevalecendo o emprego da terceira pessoa.

Ex.:     A sociedade brasileira está chocada com a falta de limites dos criminosos, que agem livremente com a certeza da impunidade...
Desde 1500, quando Cabral invadiu o Brasil, milhares de índios vêm sendo assassinados de maneira bárbara e vil...

4. Função Metalingüística -Quando o código é posto em destaque. Ocorre metalinguagem todas as vezes em que usamos a língua para explicar a própria língua.

Ex.:     O dicionário.
            LÍNGUA é um sistema de signos que exprimem idéias...

5. Função fática  - O canal é posto em destaque. A preocupação do emissor é manter contato com o receptor, prolongando uma comunicação ou testando o canal.

Ex.:     As primeiras palavras de quem atende ao telefone (Alô! Pronto!);
            Os cumprimentos diários (oi, tudo bem? Boa tarde!);

6. Função poética -  A própria mensagem é posta em destaque. Escolhendo e combinando de maneira particular e especial as palavras, o poeta procura obter alguns elementos fundamentais da linguagem poética: ritmo, sonoridade, beleza, etc...

Ex.:     De tudo ao meu amor serei atento
            Antes e com tal zelo e sempre e tanto
            Que mesmo em face do maior encanto
            Dele se encante mais meu pensamento...

Praticando

1. Identifique a função da linguagem predominante nos fragmentos a seguir:

a)    Oh! Que saudade que tenho
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais!    

b)    Não sacrifique quem tanto lhe serve. Piauí - pela vida dos jegues.

c)    O trânsito brasileiro faz milhares de vítimas a cada ano.

d)    OCAPI(de origem africana) s.m. Mamífero ungulado, de tipo intermediário entre as girafas e os antílopes, de pescoço mais curto e colorido uniforme.

e)    Tá ouvindo? Alô!?  Alô!?
- Alô!                                     

f)     Se eu quiser falar com Deus
Tenho que ficar a sós
Tenho que apagar a luz
Tenho que calar a voz...


7. Denotação e Conotação


  1. As noites de inverno, no litoral, costumam ser muito frias.


  1. Não entendi por que, mas Maria anda muito fria comigo.

Quando usamos as palavras em seu sentido próprio,  comum, do dicionário, temos um caso de denotação, como na primeira frase acima. Quando as usamos com sentido figurado, especial, diferente daquele que lhe é próprio, temos um caso de conotação, como na segunda frase.


Praticando


  1. Denotação ou conotação?


a) O rapaz roubou-lhe dois beijos.
b) Roubaram o banco da cidade.
c) Em crise, aquele rapaz atingiu o fundo do poço.
d) O funcionário desceu até o fundo do poço a fim de localizar o objeto.
e) Durante a subida, acabei quebrando um galho da árvore.
f) Pediu ao funcionário para lhe quebrar um galho.
g) A presidenta quebrou o protocolo.
h) Ambrósia é escrava da moda.
i) Naquele tempo, o escravo fugiu para o quilombo.
j) Tive uma idéia luminosa
k) Os cometas têm uma longa cauda luminosa.
l) Seus sapatos ficaram sujos de lama.
m) Sua empresa entrou em crise, e hoje ele está na lama.
n) O  canto dos grilos atrapalhou meu sono.
o) Ana está grilada com o que ouviu do seu chefe.
p) Pedro joga bola todos os domingos.
q) Lindonésia não dá bola pra ninguém.
r) A sola do seu sapato está furada.
v) O bolo solou.



8. Texto Literário e Texto Não-Literário

A Arte Literária

            Segundo o pintor espanhol Pablo Picasso, a arte é a mentira que revela a verdade.
            Já para o poeta e crítico de arte brasileiro, Ferreira Gullar, a arte é muitas coisas. Uma das coisas que a arte é, parece, é uma transformação simbólica do mundo. Naturalmente, esse mundo outro que o artista cria ou inventa, nasce de sua cultura, de sua experiência de vida, das ideias  que ele tem na cabeça, enfim, de sua visão de mundo.
            A literatura, como toda arte, é uma transfiguração do real, uma ficção; é a realidade recriada através da visão de mundo do artista.
            Através das obras literárias tomamos contato com a vida, nas suas verdades eternas, comuns a todos os homens e lugares, porque são as verdades da mesma  condição humana.

Texto literário e texto não-literário


            Por que será que alguns textos são chamados de literários e outros não? Será que um texto literário precisa ter versos e palavras bonitas? Precisa ter rimas e metáforas?
            O texto, para ser literário, precisa ter uma linguagem literária, ou seja, uma linguagem que saia do comum, da mera função referencial.

TEXTO 01

            Diariamente, duas horas antes da chegada do caminhão da prefeitura, a gerência (de uma das filiais do Mc Donalds) deposita, na calçada, dezenas de sacos plásticos recheados de papelão, isopor, restos de sanduíches. Isso acaba propiciando um lamentável banquete de mendigos. Dezenas deles vão ali revirar o material e acabam deixando os restos espalhados pelo calçadão. (Revista Veja SP)

TEXTO 02  - O Bicho - Manuel Bandeira

Vi ontem um bicho                        
Na imundície do pátio                               
Catando comida entre os detritos.
Quando achava alguma coisa,
Não examinava nem cheirava:
Engolia com voracidade.
O bicho não era um cão,
Não era um gato,
Não era um rato.
O bicho, meu Deus, era um homem.



PRATICANDO


1.    Linguagem literária ou não-literária (referencial)?

a)    O homem velho deixa vida e morte para trás
Cabeça a prumo, segue rumo e nunca, nunca mais
O grande espelho que é o mundo ousaria refletir os seus sinais
O homem velho é o rei dos animais.


b)    Para o mundo, quando era quinhentos anos mais novo, os contornos de todas as coisas pareciam mais nitidamente traçados do que nos nossos dias. O contraste entre o sofrimento e a alegria, entre a adversidade e a felicidade parecia mais forte.


c)    A rede de tricô era áspera entre os dedos, não íntima como quando a tricotara. A rede perdera o sentido e estar num bonde era um fio partido; não sabia o que fazer com as compras no colo. E como uma estranha música, o mundo recomeçava ao redor.


d)    Autoridades culturais italianas estão tentando levantar fundos (com participação internacional) para desenterrar e recuperar os tesouros arqueológicos da cidade de Herculano, destruída com Pompéia pelo vulcão Vesúvio (sul de Nápoles).


9. PROSA E VERSO

            PROSA é–a  organização natural da linguagem humana, fala cotidiana; é a forma típica da linguagem não-literária, o que não significa que não haja prosa literária. A prosa está para a nossa vida diária como caminhar e falar.

            VERSO –é a  forma artificial da linguagem; não constitui nossa maneira usual de falar ou escrever. O texto escrito em verso apresenta ritmo especial, musicalidade, rima; linguagem literária. O verso está para a nossa vida diária como dançar e cantar.

TEXTO 01 - PROSA LITERÁRIA - Cecília Meireles
            A quinhentos metros, os vossos belos olhos desaparecem; e essa claridade do vosso rosto; e a fascinação da vossa  palavra. É uma pena (eu também acho que é uma pena!), mas, a quinhentos metros, tudo se torna muito reduzido: sois uma pequena figura sem pormenores; vossas amáveis singularidades fundem-se numa sombra neutra e vulgar. Ao longe, caminhais como qualquer pessoa e até como certas aves: é o que resta de vós: esse ritmo, na imensa estrada que também se vai projetando, estreita e indistinta, sobre o horizonte.

TEXTO 02  - VERSO - Carlos Drummond de Andrade

            João amava Tereza que amava Raimundo
            que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili
            que não amava ninguém.
            João foi para os Estados Unidos, Teresa para o convento.
            Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia,
            Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandes
            Que não tinha entrado na história.

REESCRITURA: Reescreva o texto 1 em verso e o 2 em  prosa.



10. FIGURAS DE LINGUAGEM

Figuras Sonoras

Aliteração - repetição de sons consonantais (consoantes). Cruz e Souza é o melhor exemplo deste recurso. É uma das características marcantes do Simbolismo, assim como a sinestesia.

Ex: "(...) Vozes veladas, veludosas vozes, / Volúpias dos violões, vozes veladas / Vagam nos velhos vórtices velozes / Dos ventos, vivas, vãs, vulcanizadas." (fragmento de Violões que choram. Cruz e Souza)

Assonância - repetição dos mesmos sons vocálicos.

Ex: (A, O) - "Sou um mulato nato no sentido lato mulato democrático do litoral." (Caetano Veloso)
(E, O) - "O que o vago e incógnito desejo de ser eu mesmo de meu ser me deu." (Fernando Pessoa)

Paranomásia - o emprego de palavras parônimas (sons parecidos).

Ex: "Com tais premissas ele sem dúvida leva-nos às primícias" (Padre Antonio Vieira)

Onomatopeia - criação de uma palavra para imitar um som.

Ex: A Língua do Nhem:  "Havia uma velhinha / Que andava aborrecida / Pois dava a sua vida / Para falar com alguém. / E estava sempre em casa / A boa velhinha, / Resmungando sozinha: / Nhem-nhem-nhem-nhem-nhem..." (Cecília Meireles)

Figuras de Sintaxe

Elipse - omissão de um termo ou expressão facilmente subentendida. Casos mais comuns:

a)      pronome sujeito, gerando sujeito oculto ou implícito: Iremos depois.  Compraríeis a casa? 

b)      substantivo - a catedral, no lugar de a igreja catedral; Maracanã, no ligar de o estádio Maracanã.

c) preposição – “Ele está bêbado, a camisa rota, as calças rasgadas”;  no lugar de: “Ele está bêbado, com a camisa rota, com as calças rasgadas”.
 

d) conjunção – “Espero você me entenda”; no lugar de: “Espero que você me entenda”.
 

e) verbo – “Queria mais ao filho que à filha”; no lugar de: “Queria mais o filho que queria à filha”. Em especial o verbo dizer em diálogos - E o rapaz: - Não sei de nada !, em vez de “E o rapaz disse”:

Zeugma - Omissão (elipse) de um termo que já apareceu antes. Se for verbo, pode necessitar adaptações de número e pessoa verbais. Utilizada, sobretudo, nas orações comparativas. Ex: Alguns estudam, outros não, por: alguns estudam, outros não estudam. / "O meu pai era paulista / Meu avô, pernambucano / O meu bisavô, mineiro / Meu tataravô, baiano." (Chico Buarque) - omissão de era.

Hipérbato - Alteração ou inversão da ordem direta dos termos na oração, ou das orações no período. São determinadas por ênfase e podem até gerar anacolutos.

Ex: Morreu o presidente. /  O presidente morreu.

Anástrofe - Anteposição, em expressões nominais, do termo regido de preposição ao termo regente.

Ex: "Da morte o manto lutuoso vos cobre a todos." /  “O manto lutuoso da morte vos cobre a todos”.

Pleonasmo - Repetição de um termo já expresso, com objetivo de enfatizar a ideia.

Ex.: Vi com meus próprios olhos. "E rir meu riso e derramar meu pranto / Ao seu pesar ou seu contentamento." (Vinicius de Moraes). Ao pobre não lhe devo  nada. (OI pleonástico)
Obs.: O pleonasmo vicioso ou grosseiro  decorre da ignorância, perdendo o caráter enfático (hemorragia de sangue, descer para baixo)

 

Assíndeto - ausência de conectivos de ligação, assim atribui maior rapidez ao texto. Ocorre muito nas orações coordenadas.

Ex: "Não sopra o vento; não gemem as vagas; não murmuram os rios."

 

Polissíndeto - repetição de conectivos na ligação entre elementos da frase ou do período.

Ex.: “O menino resmunga, e chora, e esperneia, e grita, e maltrata”. / "E sob as ondas ritmadas / e sob as nuvens e os ventos / e sob as pontes e sob o sarcasmo / e sob a gosma e o vômito (...)" (Carlos Drummond de Andrade)

Anacoluto - Termo solto na frase, quebrando a estruturação lógica. Normalmente, inicia-se uma determinada construção sintática e depois se opta por outra.

Ex.: “Eu, parece-me que vou desmaiar. / Minha vida, tudo não passa de alguns anos sem importância (sujeito sem predicado) / Quem ama o feio, bonito lhe parece (alteraram-se as relações entre termos da oração)

Anáfora - repetição de uma mesma palavra no início de versos ou frases.

Ex.: "Olha a voz que me resta / Olha a veia que salta / Olha a gota que falta / Pro desfecho que falta / Por favor." (Chico Buarque)

Silepse - é a concordância com a ideia, e não com a palavra escrita. Existem três tipos:

a)    de gênero (masculino x feminino): São Paulo continua poluída (= a cidade de São Paulo). V. Sª é lisonjeiro
 
b) de número (singular x plural): Os Sertões contra a Guerra de Canudos (= o livro de Euclides da Cunha). O casal não veio, estavam ocupados.
 

c) de pessoa: Os brasileiros somos otimistas (3ª pessoa - os brasileiros, mas quem fala ou escreve também participa do processo verbal, ou seja, também é brasileiro).

Antecipação - antecipação de termo ou expressão, como recurso enfático. Pode gerar anacoluto.

Ex.: Joana creio que veio aqui hoje. 
O tempo parece que vai piorar

 

Figuras de Palavras ou Tropos

 

Metáfora - emprego de palavras fora do seu sentido normal, por analogia. É um tipo de comparação implícita, sem termo comparativo.

Ex.: A Amazônia é o pulmão do mundo. Encontrei a chave do problema. / "Veja bem, nosso caso / É uma porta entreaberta." (Luís Gonzaga Junior)
Na Bíblia: Is 40:6; Jr 50:6; Mt 5:13; Jo 10:7,9; 6:48.

Catacrese - Uso impróprio de uma palavra ou expressão, por esquecimento ou na ausência de termo específico.

Ex.: Espalhar dinheiro (espalhar = separar palha) / "Distrai-se um deles a enterrar o dedo no tornozelo inchado." - O verbo enterrar era usado primitivamente para significar apenas colocar na terra. Pé de meia /  boca de forno...

MetonímiaSubstituição de um nome por outro em virtude de haver entre eles associação de significado.

Ex.: Ler Jorge Amado (autor pela obra - livro) / Ir ao barbeiro (o possuidor pelo possuído, ou vice-versa - barbearia) / Bebi dois copos de leite (continente pelo conteúdo - leite) / Ser o Cristo da turma. (indivíduo pela classe - culpado) / Completou dez primaveras (parte pelo todo - anos) / O brasileiro é malandro (singular pelo plural - brasileiros) / Brilham os cristais (matéria pela obra - copos).
Na Bíblia:
a)   o efeito pela causa: “Eu te amo, ó Senhor, força minha” (Sl 18:1). A força (efeito) é empregada em lugar da causa (o Senhor).

b)   O elemento que contém pelo seu conteúdo: 1 Co 10:21; Os 1:2; Mt 3:5; Mc 3:25; Hb 13:4; Mt 15:8.

c)   O todo pela parte: Lc 2:1; Rm 1:16 (grego = todos os gentios).

d)   A parte pelo todo: “Os pés correm para o mal...” (Pv 1:16); Rm 16:4.

Antonomásia, perífrase - Substituição de um nome de pessoa ou lugar por outro ou por uma expressão que facilmente o identifique. Fusão entre nome e seu aposto.

Ex.: O mestre = Jesus Cristo /  A cidade luz = Paris /  O rei das selvas = o leão / Escritor Maldito = Lima Barreto.

 

Sinestesia - Interpenetração sensorial, fundindo-se dois sentidos ou mais (olfato, visão, audição, gustação e tato).

Ex.: "Mais claro e fino do que as finas pratas / O som da tua voz deliciava ... / Na dolência velada das sonatas / Como um perfume a tudo perfumava. / Era um som feito luz, eram volatas / Em lânguida espiral que iluminava / Brancas sonoridades de cascatas ... / Tanta harmonia melancolizava." (Cruz e Souza)

Anadiplose - É a repetição de palavra ou expressão de fim de um membro de frase no começo de outro membro de frase.

Ex.: "Todo pranto é um comentário. Um comentário que amargamente condena os motivos dados."

 

Figuras de Pensamento

Antítese - Aproximação de termos ou frases que se opõem pelo sentido.

Ex.: "Neste momento todos os bares estão repletos de homens vazios" (Vinicius de Moraes)
Obs.: Paradoxo - Ideias contraditórias num só pensamento, proposição de Rocha Lima ("dor que desatina sem doer" Camões)

Eufemismo - consiste em "suavizar" alguma ideia desagradável.

Ex.: Ele enriqueceu por meios ilícitos. (roubou). /  Você não foi feliz nos exames. (foi reprovado)
Na Bíblia: At 7:60; 1 Ts 4:13-15.

Hipérbole - exagero de uma ideia com finalidade expressiva.

Ex.: Estou morrendo de sede (com muita sede) /  Ela é louca pelos filhos (gosta muito dos filhos).
Na Bíblia: Dt 1:28; Sl 6:6; 119:136; Mq 6:7; 1 Sm 18:7; 2 Sm 1:23; Mt 23:24; 2 Cr 36:23; Mt 16:26; Lc 6:42; Jó 19:3; Dn 1:20.

Ironia - Utilização de termo com sentido oposto ao original, obtendo-se, assim, valor irônico.  É uma forma de ridicularizar indiretamente sob a forma de elogio, ou seja, o escritor ou o falante diz exatamente o contrário daquilo que pensa: 2 Sm 6:20; 1 Rs 18:27; Jó 12:2; Mc 7:9; 1 Co 11:19; Et 6:6.

Ex.: O ministro foi sutil como uma jamanta.

Gradação - Apresentação de ideias em progressão ascendente (clímax) ou descendente (anticlímax)

Ex.: "Nada fazes, nada tramas, nada pensas que eu não saiba, que eu não veja, que eu não conheça perfeitamente."

Prosopopeia, personificação, animismo - É a atribuição de qualidades e sentimentos humanos a seres irracionais e inanimados.

Ex.: "A lua, (...) Pedia a cada estrela fria / Um brilho de aluguel ..." (Jõao Bosco / Aldir Blanc)
Na Bíblia: Is 35:1; 55:12; Rm 6:9; 1 Co 15:55.


APÓSTROFE – Consiste numa referência direta a um objeto como se fosse uma pessoa, a uma pessoa ausente ou imaginária como se estivesse presente. É assim: através da personificação, o escritor fala de um objeto como se  fosse uma pessoa; através da apóstrofe, ele fala com o objeto como se fosse uma pessoa: Sl 114:5; Mq 1:2; Sl 6:8.


ANTROPOMORFISMO – Atribuição de qualidades, elementos físicos ou ações humanas a Deus: Sl 8:3; 31:12; 2 Cr 16:9.


ZOOMORFISMO – Atribuição de características animais a Deus: Sl 91:4; Jó 16:9.


ANTROPOPATIA – Atribuição de emoções humanas a Deus: Zc 8:2.



PERGUNTA RETÓRICA – É aquela pergunta que não exige resposta; seu objetivo é forçar o leitor ou o ouvinte a respondê-la mentalmente, avaliando suas implicações:  Gn 18:14; Jr 32:27; Rm 8:31; Lc 12:17; Mt 26:55; Lc 11:11,12; Mc 3:23; 4:21; 8:18; 1 Co 12:7.

PARÁBOLAS

A parábola é um tipo de linguagem figurada em que se fazem comparações. Só que em vez de usar uma só palavra ou expressão para a comparação ou analogia, como acontece na símile ou na metáfora, a parábola faz uma ampla analogia em forma de história. Assim, a parábola é uma história baseada em fatos do cotidiano com o objetivo de ilustrar e  tornar clara uma verdade. Apesar de ter base plausível, ela pode não ter realmente acontecido com todos os detalhes como foi apresentada.


11. VÍCIOS DE LINGUAGEM

Barbarismo - Consiste em escrever ou pronunciar uma palavra em desacordo com a norma culta.
Ex.:     Adivogado ou adevogado  em vez de advogado.
Gratuito em vez gratuito.

Solecismo -Desvio da norma em relação à sintaxe de concordância ou de regência.
Ex.:     Fazem dois anos que viajamos em vez de faz dois anos...
Visava uma posição de destaque em vez visava a uma...

Ambiguidade ou anfibiologia –- Quando a frase tem mais de um sentido.
Ex.:     O menino viu o incêndio do prédio.
Ama o pai o menino.

Cacófato ou cacofania –- É o  som desagradável produzido a partir da junção indevida de palavras.
Ex.:     Mande-me  a encomenda.
Eu amo  ela.

Pleonasmo –- É a  repetição desnecessária de palavras para expressar uma mesma idéia.
Ex.:     Ele teve uma hemorragia de sangue.
O menino entrou para dentro.

Arcaísmo –- É a utilização de palavras ou expressões antigas, ultrapassadas, que já caíram em desuso.
Ex.:     Vossa Mercê me permite uma observação.
Qual a sua graça?

Eco – É a repetição de um mesmo som numa sequência de palavras.
Ex.:     A decisão da eleição não causou comoção na população.

Neologismo Criação desnecessária e abusiva de palavras novas.
Ex.:     O ministro se considerava imexível.
O garoto ameaçou dar uma paralepipada no colega.

PRATICANDO

  1. Localize e nomeie os vícios de linguagem.

a)    O diretor deferiu favoravelmente o meu requerimento.
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b)    A brisa matinal da manhã nos deixava tranqüilos.
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c)    Fazem mais de três anos que ela não aparece.
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d)    Não admitiremos excessões  em ipótese alguma.
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e)    O funcionário colocou sua rúbrica no documento.
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f)     Nunca gaste mais do que tem.
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g)    Haviam menas alunas naquela sala.
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h)    Ele encontrou o ladrão na sua  casa.
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i)     Manoel comprou um pastel no quiosque do Léo.

j)     Falta cinco alunos.
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k)    Saiu para fora desesperado.
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l)     Jacinto, vi a Célia passeando com a sua irmã.
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m)  A boca dela é encantadora.
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n)    Proporam um ótimo negóssio.
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o)    Que demora! Será que nunca Brito vem?
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p)    Tomou uma paralepipada na cabeça e desmaiou.
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q)    Vossemecê é um bom amigo.
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r)     Eu vi ele não faz muito tempo.
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s)    Aquele rapazinho escreveu esta carta para o irmão: Querido mano, ontem futebolei bastante, com amigos. Depois cigarrei um pouco e nos divertimos montanhando até que o dia anoitou. Então desmontanhamos, nos amesamos, sopamos, arrozamos, ensopadamos e cafezamos. Em seguida varandamos. No dia seguinte, cavalamos muito.  (Millôr Fernandes)
____________________________________________


12. GRAMÁTICA E LINGUÍSTICA

Dentro da diversidade da língua ou dos falares  regionais se sobrepõe um uso comum a toda o território, fixado pela gramática normativa, que tem por objetivo  fixar normas para o uso da língua, criando os conceitos de certo e de errado. Assim, como manual, a gramática de uma língua tem papel normativo.
A Linguística, por sua vez, é  uma ciência que estuda a comunicação. Assim, diferente da gramática, não trabalha com os conceitos de CERTO e ERRADO, mas sim com os conceitos de ADEQUADO e INADEQUADO.
Posicionando-se sobre os conceitos de certo e errado, declara o professor e gramático Celso Cunha: “”Correto é aquilo que o grupo social a que pertencemos espera de nosso comportamento verbal”.


13. UNIDADE E VARIEDADE LINGUÍSTICA NO PORTUGUÊS DO BRASIL

A língua apresenta variações de acordo com as diversas circunstâncias em que é falada, de acordo com diversos fatores.


Fatores geográficos - O Brasil é um país gigantesco e todos falamos uma única língua oficial, o português, que sofre variações de acordo com as regiões onde é falada. São as variantes regionais, os falares. Assim, embora a língua seja a mesma em todo o território, o paulista, o mineiro, o carioca, o baiano, isso para citar alguns exemplos, apresentam sotaques diferenciados na hora de falar.

Fatores sociais - O português falado pelas classes dominantes difere do português falado pelas classes populares. Assim, a elite domina uma forma de expressão linguística que  é prestigiada, enquanto outras são vítimas de preconceitos por empregarem uma forma de expressão  linguística menos privilegiada. Assim sendo, distinguimos de imediato duas modalidades diferentes da língua: a norma culta e a linguagem coloquial. Concluímos, portanto, que o idioma é um instrumento de dominação e discriminação social. Dessa forma, o conhecimento da norma culta torna-se necessário como forma de ascensão profissional e social.
Determinados grupos sociais elegem certas formas de expressão visando o entendimento exclusivo dos seus membros. Trata-se de uma forma restrita(e de curta duração) de comunicação, a gíria, variante linguística sujeita a contínuas transformações, muitas vezes assimiladas pela linguagem coloquial.
A norma culta é o registro formal da língua seguindo com rigidez os padrões gramaticais e apresentando um vocabulário bastante culto.
A linguagem coloquial, por sua vez, é a variante popular, desprovida de maior rigor gramatical, mais espontânea e relaxada.


06
Fatores profissionais - O exercício de certas atividades requer o domínio de formas peculiares de expressão, ou seja, termos específicos de uso restrito ao intercâmbio profissional de engenheiros, médicos, jornalistas, professores, etc. Trata-se da chamada língua técnica ou jargão.

Fatores situacionais –-  Em diferentes situações de comunicação, um mesmo indivíduo se expressa de diferentes maneiras, adequando seu vocabulário ao contexto lingüístico. Por exemplo: num ambiente familiar, nossa linguagem é relaxada, despreocupada, ao passo em que numa situação formal, como num discurso de formatura, nossa linguagem é mais apurada, pois há uma preocupação com as regras gramaticais.


PRATICANDO

1.    Relacione:
A - fatores geográficos                       B - fatores sociais
C - fatores profissionais                     D - fatores situacionais
E - norma culta                                    F - gramática descritiva
G - gramática histórica                       H - gramática normativa

a)    (  ) Falamos de acordo com o ambiente e o contexto em que estamos.
b)    (  ) Variantes regionais ou falares.
c)    (  ) Língua técnica ou jargão.
d)    (  ) Norma culta e linguagem coloquial.
e)    (  ) Forma prestigiada de utilização da língua.
f)     (  ) Estabelece as noções gerais de certo ou errado.
g)    (  ) Preocupa-se em fazer uma descrição da língua.
h)    (  ) Estuda a evolução da língua ao longo do tempo.
2.    Quem fala errado: o nordestino, o mineiro, o carioca ou o paulista? Justifique sua resposta.
______________________________________________________________________________________________________________


3.    De acordo com o que foi estudado até aqui, o que você considera falar bem”?
______________________________________________________________________________________________________________

4.    Explique o que são falares regionais.
_______________________________________________________

5.    Relacione de acordo com os registros da língua:
A –-  formal (norma culta)
B –-  coloquial (popular)

a)    (  ) A gente correu, mas a cana pegou todo mundo.
b)    (  ) Senhores formandos, tendo a nau atingido seu ponto, é mister que sejam delineados os objetivos específicos.
c)    (  ) Isso é homem que não agüenta o trabaio... quer é vagabundear, ganhar dinheiro fácil.
d)    (  ) Na nossa aula de amanhã, veremos outra parte da matéria.

Não gosta de gírias? Então fale difícil!!!

1. Prosopopéia flácida para acalentar bovinos.
 Conversa mole pra boi dormir.

2. Colóquio sonolento para gado bovino repousar.

3. Romper a face.

4.Creditar o primata.

5.Derrubar com a extremidade do membro inferior, o suporte sustentáculo de uma das unidades de acampamento.

6.    Deglutir o batráquio.

7.    Sequer considerar a utilização de um longo pedaço de madeira.

8.    Sequer considerar a possibilidade da fêmea bovina expirar fortes contrações laringo-bucais.

9.    Derramar água pelo chão através do tombamento premeditado de seu recipiente.

10. Retirar o filhote de eqüino da perturbação pluvial.


14. TEOLOGIA E LITERATURA

João Guimarães Rosa nasceu em 1908 em Cordisburgo (Minas Gerais).Na infância conviveu com vaqueiros de quem ouvia os “causos”. Este autor renovou, reinventou a prosa regionalista, ao inserir temáticas de ordem mística e filosófica nas suas narrativas. Além disso, o trabalho que autor faz com a linguagem é impecável, pois cria palavras, modifica a ordem das mesmas. Guimarães Rosa aborda as questões regionais e, ao mesmo tempo, tenta mostrar o mundo de cada personagem, a universalidade.

Trecho I
De primeiro, eu fazia e mexia, e pensar não pensava. Não possuía os prazos. Vivi puxando difícil de dificel, peixe vivo no moquém: quem moi no asp’ro, não fantaseia. Mas, agora, feita a folga que me vem, e sem pequenos dessossegos, estou de range rede. E me inventei neste gosto, de es pecular ideia. O diabo existe e não existe? Dou o dito. Abrenúncio. Essas  O senhor vê: existe cachoeira; e pois? Mas cachoeira é barranco de chão, e água se caindo por ele, retombando; o senhor consome essa água, ou desfaz o barranco, sobra cachoeira alguma? Viver é negócio muito perigoso...
Explico ao senhor: o diabo vige dentro do homem, os crespos do homem – ou é o homem arruinado, ou o homem dos avessos. Solto, por si, cidadão, é que não tem diabo nenhum. Nenhum! – é o que digo. O senhor aprova? Me declare tudo,franco – é alta mercê que me faz: e pedir posso, encarecido. Este caso – por estúrdio que me vejam – é de minha certa importância. Tomara não fosse... Mas, não diga que o senhor, assisado e instruído, que acredita na pessoa dele?! Não? Lhe agradeço! Sua alta opinião compõe minha valia. Já sabia, esperava por ela-já o campo! Ah, a gente, na velhice, carece de ter sua aragem de descanso. Lhe agradeço. Tem diabo nenhum. (...)

Trecho II

Mire veja: um casal, no Rio do Borá, daqui longe, só porque marido e mulher eram primos carnais, os quatro meninos deles vieram nascendo com a pior transformação que há: sem braços e sem pernas, só os tocos... Arre, nem posso figurar minha ideia nisso! Refiro ao senhor: um outro doutor, doutor rapaz, que explorava as pedras turmalinas no vale do Araçuaí, discorreu me dizendo que a vida da gente encarna e reencama, por progresso próprio, mas que Deus não há. Estremeço. Como não ter Deus?! Com Deus existindo, tudo dá esperança: sempre um milagre é possível, o mundo se resolve. Mas, se não tem Deus, há - de a gente perdidos no vai vem, e a vida é burra. É o aberto perigo das grandes e pequenas horas, não se podendo facilitar – é todos contra os acasos. Tendo Deus, é menos grave se descuidar um pouquinho, pois no fim dá certo. Mas, se não tem Deus, então, a gente não tem licença de coisa nenhuma! Porque existe dor. E a vida do homem está presa encantoada – erra rumo, dá em aleijões como esses, dos meninos sem pernas e braços. Dor não dói até em criancinhas e bichos, e nos doidos –não doi sem precisar de se ter razão nem conhecimento? E as pessoas não nascem sempre? Ah, medo tenho não é de ver morte, mas de ver nascimento. Medo mistério. O senhor não vê? O que não é Deus, é estado do demônio. Deus existe mesmo quando não há. Mas o demônio não precisa de existir para haver – a gente sabendo que ele não existe, aí é que ele toma conta de tudo. O inferno é um sem -fim que nem não se pode ver. Mas a gente quer Céu é porque quer um fim: mas um fim com depois dele a gente tudo vendo. Se eu estou falando às flautas, o senhor me corte. Meu modo é este. Nasci para não ter homem igual em meus gostos. O que eu invejo é sua instrução do senhor...



1. O misticismo, isto é, a crença na relação do homem com o sobrenatural, é uma marca na obra de Guimarães Rosa. Observando os dois trechos acima, é possível dizermos que as reflexões desenroladas nos levam a estabelecermos uma relação com a:
a) sociologia
b) filosofia
c) história
d) biologia

2. Leia o fragmento do trecho I: “(...) o diabo vige dentro do homem (...)”. Em um texto, é possível inferirmos, deduzirmos o sentido de determinadas palavras a partir do contexto. Desse modo, a palavra destacada pode ser substituída sem prejuízo de sentido por:
a) mora
b) coordena
c) necessita
d) anda

3. De acordo com o contexto do trecho I, diga o que seria”o homem arruinado”, o “homem dos avessos”.


4. (...) Mas a gente quer Céu é porque quer um fim: mas um fim com depois dele a gente tudo vendo.(...) (Trecho II) Este trecho faz referência:
a) à vida mal vivida
b) à vida após a morte
c) à vida que o homem deixa escapar
d) à vida em comunidade


5. Na prosa de Guimarães Rosa, é possível encontrarmos muitos aforismos. Aforismos são frases que resumem um princípio, um valor ou um ensinamento. No trecho II, há alguns. Cite um deles.



6. Identifique em cada um dos trechos uma característica da Geração de 45.



7. Identifique nos trechos analisados traços de religiosidade/espiritualidade, comuns em Guimarães Rosa.




15. TIPOLOGIA TEXTUAL: DESCRIÇÃO, NARRAÇÃO, DISSERTAÇÃO.


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